segunda-feira, 27 de agosto de 2012


PAINEL DE ESPECIALISTAS COMENTOU O DESENROLAR DAS ATUAIS POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS 

Educação de adultos em debate – novas oportunidades: presente e futuro

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O Sindicato dos Professores do Norte promoveu, no passado mês, uma discussão sobre a Educação de Adultos. O evento surgiu das preocupações resultantes do encerramento de vários centros de Novas Oportunidades (CNO) a nível nacional, conduzidas, segundo a Intersindical, «numa evidente estratégia de desresponsabilização» do Ministério da Educação e Ciência pela educação e formação de adultos que, ao reduzir o financiamento, tem limitado as «receitas próprias dos CNO para assegurarem os encargos laborais com o pessoal afeto às equipas». Na esteira das inquietações analisaram-se «as medidas de Política Europeia para a Educação e Formação de Adultos (EFA) e a sua implementação em Portugal»; refletiu-se criticamente sobre a Iniciativa Novas Oportunidades; e por fim, contribuiu-se para a estruturação de um pensamento sobre a EFA adequado à realidade presente.
O painel de debate contou com a presença de especialistas como Luís Rothes, Teresa Medina e Almiro Lopes, para a leitura e reinterpretação dos acontecimentos atualmente em foco na educação e formação de adultos, e de uma antiga formanda, Maria de La Salete Pinto, dos processos de reconhecimento.
Luís Rothes, investigador em Ciências da Educação, iniciou o seminário, contextualizando os processos de implementação da educação e formação de adultos em Portugal nas últimas décadas, salientando o trabalho em uníssono entre a teoria e as práticas no terreno que conduziram positivamente para processos de formação «sem igual na história portuguesa; uma verdadeira revolução na aprendizagem e na educação», fazendo notar ainda a aplicação mais criteriosa dos dinheiros públicos comparativamente com o investimento na formação profissional e no ensino recorrente.
Contudo, no esmiuçar da importância da EFA para o avanço civilizacional, denotou aquilo que chamou de a «incompreensível» ausência das estruturas sindicais no debate que tem crescido no seio da sociedade portuguesa. E o reparo surgiu a partir da análise de gráficos que revelam que muito ainda há por fazer, comparativamente com os países do norte da Europa e até mesmo com os recém-chegados países de leste à União Europeia, e que demonstram existir uma correspondência entre desenvolvimento sócio-económico e o grau escolar. Elogiou, no entanto, a iniciativa da FENPROF que respondeu assim ao que designou como “Sinal de Alarme” relativamente ao ataque em curso à EFA.
O investigador comentou também o estudo, coordenado por Roberto Carneiro, sobre a iniciativa Novas Oportunidades, que evidenciou uma política de educação e formação de adultos com um desempenho e reconhecimento certificativo bastante positivo a nível europeu, em contraste com o estudo encomendado pelo atual Ministério da Educação e Ciência, que «compara dimensões incomparáveis» e está impregnado de erros sistémicos de investigação. Por fim, rematou a sua intervenção afirmando que «não há país desenvolvido no mundo que possa sequer sonhar sem ter um sistema de educação de adultos consolidado».
INTERVENÇÃO DE ALMIRO LOPES
Já a intervenção de Almiro Lopes, avaliador externo dos processos de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC), foi mais orientada para a Iniciativa Novas Oportunidades, destacando o contributo na mudança do território simbólico, quando se referiu à alteração da relação dos adultos com a escola, outrora conflituosa e ausente de significado, como um efeito positivo, assinalável, no comportamento familiar face à educação. Constatou, ainda, que os processos de Reconhecimento Validação e Certificação de Competências (RVCC) tiveram a ousadia de potenciar a criatividade identitária. Contudo, não deixou de expressar o sentimento, partilhado com outros avaliadores, de alguma incompreensão pela falta de um maior diálogo com a Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional (ANQEP). Um diálogo que poderia promover a definição de recursos técnicos capazes de melhorar a competência de análise dos dossiers ou portefólios.
Na sequência da intervenção sobre os processos de RVCC, Maria de La Salete Pinto apresentou o seu testemunho, contando que o processo contribuiu para a sua valorização pessoal e serviu de estímulo para dar continuidade à sua formação. Atualmente a frequentar o último ano da licenciatura em Ciências da Educação, revelou que esta é mais uma etapa do seu percurso formativo.
INTERVENÇÃO DE TERESA MEDINA
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Teresa Medina, investigadora e docente da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, reforçou a necessidade da participação do movimento sindical no debate alargado sobre a educação e formação de adultos, dada a sua enorme importância para os trabalhadores e o País. No entanto, alertou para o facto de os discursos dominantes sobre a necessidade de formação contínua, que foram ganhando forma na União Europeia, em torno da noção de Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV), terem vindo a contribuir para uma redução da dimensão humanista nos processos formativos. Contundente, a investigadora salientou ainda a perversidade educativa que reduz a educação/formação a uma dimensão estritamente funcionalista, de resposta ao mercado de emprego. Fez notar que «estamos a viver um período grave de destruição da EFA e a uma mudança mais orientada para a formação profissional de jovens, equacionada numa perspetiva de formação muito redutora, concluindo, que iremos «formar jovens para um pseudo-trabalho cada vez mais inexistente, dado o aumento brutal do desemprego a que estamos a assistir».
Já relativamente à Iniciativa Novas Oportunidades (INO), e devido à sua atividade de orientação de investigações na área do desenvolvimento local e educação e formação de adultos, a investigadora contou que muitos dos trabalhos que acompanhou revelam «que a grande revolução vivenciada passou pela forma como os adultos se implicaram e apropriaram dos processos formativos, que adquiriram para eles um enorme significado». Assinalou, no entanto, a existência de «discursos por parte de alguns profissionais da educação e formação de adultos» e de diferentes comentadores/”fazedores” da opinião pública, reveladores de uma sobranceria incompreensível relativamente aos adultos, aos seus saberes e ao reconhecimento dos processos de RVCC. E continuou, referindo que, neste processo, também os profissionais realizaram muitas aprendizagens. Realçou os aspetos positivos que emergem das investigações, a saber: o respeito pela dignidade das pessoas; a reaproximação à escola e a percursos de formação; a dimensão emancipatória, pela valorização pessoal e consequentemente o aumento da auto-estima. Contou, também, que as pesquisas revelaram a importância dos CNO para as escolas e para a abertura destas às comunidades – uma antiga reivindicação anunciada em vários estudos.
Teresa Medina concluiu, fazendo alguns reparos ao recente estudo “Os Processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências e o Desempenho no Mercado de Trabalho”, “encomendado” pelo Ministério da Educação e Ciência ao Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa. Salientou que o estudo serviu o propósito de justificar e legitimar decisões pré-estabelecidas e, por isso, registou dificuldades em compreender o paralelismo analítico apresentado para a compreensão da relação entre o reconhecimento e certificação de competências com o desempenho profissional. Continuou, observando que o resultado do estudo leva a uma leitura enviesada e tendenciosa sobre os processos de reconhecimento, registando, mais uma vez, o ataque não apenas a uma marca política do anterior Governo – INO –, mas acima de tudo à Educação e Formação de Adultos.
Finalizou, lamentando o que chamou de «reação silenciosa» por parte da sociedade civil, deixando no ar uma dúvida: «Será que iremos precisar de mais 48 anos para se fazer uma revolução?».
Por: Florentino Silva

terça-feira, 12 de maio de 2009

A quem possa interessar

Cursos de EFA B3
-Assistente Administrativo;
-Cabeleireiro de Senhora;
-Cozinheiro;
-Electricista de Instalações;
-Empregado de Mesa

Efa Secundário tipo A
-Técnico de Apoio à Gestão;
-Técnico de Organização de Eventos.

Apoios: alimentação, transporte/subsídio de alojamento, bolsa de formação

Alternância Ensino e Formação Profissional, CRL
S. Mamede Infesta 229021321
Porto 226108919
Porto 226186165
Guifões 229538410

quinta-feira, 30 de abril de 2009

EFA de Dupla Certificação, NS

Procuro um Curso EFA de dupla certificação, de nível secundário, nos concelhos de Valongo, Paredes, Maia, Porto...
Se alguém me conseguir ajudar agradecia muito.

sábado, 21 de março de 2009

Motivo do blog


Criei este blog, a título experimental e intuitivamente, no seguimento de uma proposta apresentada no primeiro encontro de Técnicos de Diagnóstico e Encaminhamento do Concelho de Valongo, organizado pela Técnica do Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária de Ermesinde. Estiveram presentes neste encontro os Técnicos dos Centros Novas Oportunidades da ADICE, do CENFIM; do Centro Social de Ermesinde, da Escola Secundária de Alfena, da Escola Secundária de Ermesinde e da Escola Secundária de Valongo. Deste encontro resultou uma acta, que será, logo que possível, aqui partilhada.

De salientar a importância e relevância de iniciativas desta índole, e o nosso interesse em dar-lhes continuidade.

Espero que este blog resulte num espaço de partilha para os Técnicos do Concelho e que constitua um bom ponto de partida no estreitamento de laços de cooperação e na prossecução de sinergias.